Dezenas de boxes fechados reduzem movimento no Mercado do Rio Vermelho

 

Foto: Romildo de Jesus

Por Quézia Silva

Onde antes era uma feira ao ar livre, agora é um imponente mercado modernizado. O Mercado do Rio Vermelho, mais conhecido como ceasinha é um dos

mais visitados de Salvador, tornando-se um grande ponto turístico da cidade. Contudo, dentre as maiores reclamações dos permissionários e clientes está a questão de que muitos boxes estão fechados.

Atualmente a ceasinha conta com cerca de 171 boxes que comercializam produtos naturais, frutas, verduras, frutos do mar, dentre outros insumos. Porém, cerca de 38 boxes encontram-se fechados, de acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE). Para alguns permissionários, a falta de clientes na ceasinha causou o fechamento desses boxes. Além disso, para eles, outro motivo é o alto aluguel que acaba fazendo com que muitos permissionários baixem as portas. Diante disso, ainda restam comerciantes que tentam sobreviver mesmo com pouca movimentação.

O senhor Otávio da Conceição vende insumos desde quando o mercado era uma feira livre. Para ele, a modernização do espaço afastou um pouco os moradores das redondezas, mas confessa que ainda tem os clientes fiéis que compram lá há mais de 40 anos.

"O comércio aqui no Rio Vermelho já foi muito bom, mas depois que fizeram essa Ceasa tipo shopping, tem clientes que nem entram por medo de ser caro. Agora tem clientes que vêm aqui há mais de 40 anos porque sabem que aqui tem produto de qualidade. Acho que o que pode ser feito para melhorar aqui é ter mais divulgação. Por exemplo, os turistas, mesmo quando vêm para Salvador, eles vão mais para o Pelourinho, Mercado Modelo, e outros lugares. Seria um grande investimento trazer eles para aqui", disse.

Se por um lado, há permissionários que acham que a ceasinha precisa ser mais divulgada para atrair mais clientes. Por outro lado, há quem ache que isso já está sendo feito. Conhecido pelos permissionários como "Alemão", o vice-presidente da Associação dos Permissionários do Mercado do Rio Vermelho (APMRV), Dionísio Rios, diz que o movimento está voltando a crescer, após as ações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico da Bahia (SDE), órgão que administra o Mercado do Rio Vermelho.

"Na pandemia, vários comércios fecharam. Mas aqui apenas 5% fecharam. Foi uma época difícil para muita gente, mas aqui o movimento está melhorando bastante. A SDE tem realizado várias ações como o arraiá da ceasinha que nós vendemos o triplo em comparação ao ano passado. Outras melhorias estão sendo feitas. Agora, referente ao aluguel dos boxes, realmente é um pouco caro, mas já conversamos com o secretário sobre o assunto e ele está vendo como isso pode ser ajustado", complementou.

Referente aos 38 boxes que estão sem operação, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia (SDE), afirma que tem trabalhado em projetos que possam atrair o público, a fim de ampliar a ocupação dos espaços vagos, e que no último chamamento, cerca de 11 espaços foram ocupados. A pasta ainda ressalta que está ocorrendo tratativas com outros órgãos governamentais e parceiros para viabilizar a ocupação provisória de alguns boxes. Sobre a tarifa paga pelos permissionários, a SDE também afirma que o valor de R$85 por m² é compatível com os praticados em equipamentos similares.

História

No início dos anos 70 estava sendo fundada a Ceasinha do Rio Vermelho, um dos primeiros e grandes centros de abastecimento que a cidade de Salvador já teve. Em 2012 a Ceasinha foi demolida, para que um empreendimento mais moderno fosse erguido, o Mercado do Rio Vermelho, que foi inaugurado dois anos depois. Atualmente o estabelecimento é organizado em seis seções: Açougue, Peixaria & Produtos Típicos; Hortifruti; Artesanato & Petshop; Empório Bazar & Gourmet; Floricultura & Serviços e Restaurante & Lanchonete.

Há mais de 50 anos de existência, o local vem se desenvolvendo gastronomicamente e continua a fortalecer a economia regional, pois muitos itens que são comercializados no Mercado do Rio Vermelho vêm de pequenos produtores rurais do estado e atrai centenas de baianos e turistas todos os anos.

Fonte: Tribuna da Bahia

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