CGU aponta perda de 1,1 milhão de testes de Covid pelo Ministério da Saúde

 

                                                                 Foto: Agência Brasil

A Controladoria-Geral da União (CGU) apontou perda de 1,1 milhão de testes vencidos do tipo RT-PCR para Covid pelo Ministério da Saúde no ano passado. Os testes são considerados de "padrão-ouro" para o

diagnóstico. 

O dado está no relatório de avaliação da gestão na pasta em 2021 concluído pela CGU no dia 17 de maio. Segundo a controladoria, o prejuízo com a perda é de R$ 37,3 milhões aos cofres públicos. 

O órgão afirmou que o Ministério da Saúde não geriu adequadamente os estoques estratégicos sob sua guarda, "a exemplo de insumos relevantes e de alto custo para os cofres públicos, inclusive testes para Covid-19, insumo altamente demandado pela população". 

A controladoria também destacou que a Saúde, para tentar reverter a situação, chegou a mandar este montante para o Instituto de Medicina Tropical da USP (Universidade de São Paulo) entre os dias 10 e 11 de novembro. Porém, os testes venceriam nos dias 18 e 27. 

Segundo o relatório, após ter sido oficiado pela CGU, o Instituto de Medicina Tropical informou, no dia 5 de maio, que os referidos kits foram utilizados exclusivamente para fins de pesquisas no instituto e instituições colaboradoras.  

Informou também que "como a utilização está sendo realizada para fins de pesquisas, os kits, mesmo vencidos, são utilizados após testes de eficácia."  

Além disso, a CGU afirma que a doação de testes para fins de pesquisa, em vez de testagem da população, indica somente ter sido realizada para que a validade de tais produtos não viesse a expirar, de fato, sob propriedade do Ministério da Saúde. 

O relatório também destacou que, em 2021, foram incinerados 561 insumos, correspondentes a 52,9 toneladas pelo Ministério da Saúde. 

O custo disso para os cofres públicos foi de R$ 72 milhões. Entre os medicamentos estão azitromicina, diafragmas, soros e vacinas BCG, contra a febre amarela, febre tifoide, contra gripe, hepatite A e B, poliomielite, raiva, rota vírus e influenza. 

Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que "avalia com atenção todos os apontamentos realizados pela GCU". "Se constatado inconformidades, estas serão avaliadas e corrigidas. Todas as informações solicitadas serão repassadas ao órgão de controle", disse. 

*Com informações da Folhapress

Comentários