Dia da Esclerose Múltipla sensibiliza para o diagnóstico precoce

 

Foto: Divulgação 



Por Lily Menezes

Aquela fadiga que não melhora mesmo com uma boa noite de sono, fraqueza muscular ou perda de equilíbrio podem ser sinais de que é hora de procurar um neurologista: estes são

alguns dos sintomas da esclerose múltipla, doença crônica que tem causa desconhecida e não tem cura. Por ser autoimune (as células de defesa que deveriam proteger o corpo acabam atacando o sistema nervoso, causando lesões no cérebro e na medula), a esclerose múltipla acaba deixando o sistema imunológico vulnerável e comprometendo ainda mais o cotidiano de quem convive com a enfermidade. Para alertar e informar a população da importância de um diagnóstico rápido e tratamento adequado para reduzir os sintomas, nesta segunda-feira (30) é celebrado o Dia Mundial da Esclerose Múltipla, norteado por ações de conscientização e acolhimento aos pacientes, que são estigmatizados mesmo não se tratando de uma doença contagiosa.

A esclerose múltipla acomete principalmente a população mais jovem (entre 20 a 40 anos) e as mulheres são as que mais sofrem com os sintomas. A predisposição genética é um dos fatores determinantes, mas condições físicas como o tabagismo e a obesidade também podem disparar o ‘gatilho’ para desenvolver um quadro da doença. Em alguns casos, ela pode ser silenciosa durante parte da vida, sem que o paciente tenha um sintoma sequer. “Existem quatro graus de esclerose, sendo definidos pela quantidade e duração dos surtos clínicos, em que o paciente pode ter a perda de força de um ou mais membros, dormências e/ou formigamentos nos pés, mãos (distúrbios de sensibilidade) e tontura que pode estar associada a náusea, vômitos, tremores, alterações na fala, dificuldade para caminhar e desequilíbrio”, explicou Igor Santos, médico radiologista e superintendente da Fundação Instituto de Pesquisa e Diagnóstico por Imagem (FIDI).

O Ministério da Saúde diz que aproximadamente 40 mil pessoas convivem com a esclerose múltipla no Brasil. Embora o diagnóstico da doença seja predominantemente clínico, exames de ressonância magnética podem ajudar a confirmar e acompanhar o progresso da doença, por permitir a visualização dos danos ao cérebro e à medula espinhal. Outro exame de imagem utilizado pelos especialistas é a tomografia de coerência óptica, que observa o  interior dos olhos através de uma luz especial, vasculhando sinais de comprometimento do órgão por conta da esclerose. Por conta dessa característica de espalhamento das lesões e piora gradual dos sintomas, a orientação médica é crucial para evitar mais danos. “Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, com início do tratamento precoce, menores os riscos de progressão da doença”, alertou o neurologista e coordenador do Capítulo de Neurologia da Clínica AMO André Muniz. É importante saber que a esclerose múltipla é uma causa frequente de deficiências em adultos jovens.

Sendo uma doença multifatorial, o tratamento também deve abranger todos os espectros da vida do paciente, a fim de se chegar à remissão (quando os episódios de crise se reduzem ou sequer se apresentam por intervalos de tempo) ou reduzir os prejuízos cotidianos. Mudança no estilo de vida, prática de atividade física, controle de aspectos emocionais e uma boa alimentação auxiliam no convívio com a esclerose múltipla, em conjunto com a reabilitação. São utilizados dois tipos principais de medicamentos: os imunomoderadores, que fazem o papel de equilibrar o sistema imune, diminuindo a quantidade de surtos e cooperando com a redução da perda de capacidade ao longo do tempo, e os imunossupressores, que bloqueiam a resposta do sistema de defesa do corpo e induz ou mantém a remissão da doença. Os protocolos podem ser aplicados por via oral, subcutânea e/ou endovenosa, com frequência definida sempre com a intervenção do neurologista. 

Fonte: Tribuna da Bahia

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