Mais de cem cidades baianas não registram casos de Covid

 

                 Foto: Bruno Concha/Secom


Por Lily Menezes

Depois de um fevereiro de sufoco, com congestionamento de testes no Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen-BA) e

cidades registrando ocupação máxima dos leitos de UTI, a Bahia finalmente passa por um momento diferente na luta contra a pandemia. Hoje, o último boletim da Central Integrada de Comando e Controle da Saúde mostrou que 113 cidades não registraram casos conhecidos de Covid-19 há pelo menos 14 dias. Firmino Alves, a 519 km de Salvador, lidera a lista, com 49 dias sem novas contaminações. Em seguida, aparecem os municípios de Tabocas do Brejo Velho, situado no Extremo Oeste baiano (47 dias sem registros) e Caturama, no Sudoeste (45 dias sem confirmações).

Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab), a Bahia começou o dia com uma ocupação de 19% nos leitos de UTI, com 96 pessoas lutando contra quadros mais graves da Covid-19. O número de casos ativos também segue em queda: se no mês passado o Estado chegou a bater a marca dos 36 mil ainda infectados, agora são 1.299 baianos ainda travando batalha contra o novo coronavírus. Em Salvador, a ocupação nas UTIs adulto é um pouco maior, de 27%, e a capital atualmente lida com 679 casos ativos. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o chamado Fator RT, que mede a velocidade das contaminações, também continua em queda; no começo do ano, essa taxa chegou perto de 2, e agora está mais próxima de zero.

Para o prefeito Bruno Reis (UB), o cenário é animador. “Com fé em Deus, nós estamos ficando livres da pandemia”, declarou durante a entrega do Centro de Saúde de Periperi na manhã de ontem. Ele disse estar pronto para desobrigar o uso das máscaras ainda em abril, pelo menos em lugares abertos, mas espera que o governador Rui Costa (PT) delegue essa responsabilidade de decisão às prefeituras. Por sua vez, o gestor estadual disse que há ‘grandes chances’ de a desobrigação acontecer em toda a Bahia. “A gente dá um passo adiante, comemorando como o Estado com a segunda menor taxa de mortalidade por Covid no país”, disse Rui. O uso em locais fechados, ao menos por enquanto, deverá ser mantido.

Porém, ainda não está tudo certo na Bahia: o vírus ainda está circulando e é preciso manter os cuidados, especialmente com a dose de reforço. “Não acabou ainda. É preciso que você se vacine. Se você não tomou a vacina, se não completou todas as fases da vacina, vá lá e tome, para você se livrar dessa doença. Vamos colocar essa doença para longe, pra gente poder voltar rapidamente à normalidade. Graças a Deus, estamos caminhando rapidamente, e se todo mundo se vacinar, a gente definitivamente se livra dessa doença”, declarou o governador. O Vacinômetro da Sesab mostra que 43% da população acima dos 18 anos já recebeu a terceira dose. Em Salvador, a cobertura é maior, com 57% dos cidadãos vacinados com o reforço.

E é nesse critério que a flexibilização do uso de máscaras acaba empacando, mostrando um dado preocupante: dos 417 municípios da Bahia, apenas 119 ultrapassaram os 50% da população elegível vacinada com a terceira dose. O Sudoeste tem duas cidades com a pior cobertura: Iguaí, com 2% da população reforçada, e Maiquinique, que vacinou 8% do seu público-alvo. Entre elas, está Bonito, no Centro-Oeste baiano, onde 3,43% dos moradores habilitados já tomaram o reforço. E nenhuma das onze cidades onde as máscaras já foram desobrigadas cobriu metade da sua população com proteção extra. A localidade em melhor situação é Itanagra, que vacinou 48,67% do seu público. Já Conceição do Coité, no Centro-Leste, se encontra com a cobertura mais baixa, com 16,87% da população maior de idade com a 3ª dose.

Fonte: Tribuna da Bahia

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