Governo e prefeituras fecham cerco contras festas clandestinas de Réveillon

 

 

Em um esforço para conter o atual avanço do novo coronavírus, governo do Estado e prefeituras apertam o cerco contra festas clandestinas de final de ano.

A Policia Militar já

informou que, se necessário, atuará de forma coercitiva para impedir a realização de eventos que promovam aglomerações. Comandante-geral da PM, o Coronel Anselmo Brandão destaca o trabalho de inteligência realizado pela corporação para identificar empreendimentos e pessoas que estejam organizando festas.

Válido até o dia 4 de janeiro, um decreto do governo proíbe shows e festas em toda a Bahia, independentemente da quantidade de pessoas.

"Já fizemos o dimensionamento e, desde o domingo, por orientação do governador do Estado, intensificamos os trabalhos e estamos fazendo uma campanha do despertar na sociedade. Além das ações de enfrentamento ao problema. A cidade está cheia, todo estado, Porto Seguro está lotada, mas o regramento tem que ser seguido. Muitas festas já foram canceladas, mas ainda existem uns insistentes em fazer", afirmou Brandão, ao citar como exemplo uma festa com aproximadamente 700 pessoas encerrada pela PM, na última terça-feira (29), no distrito de Trancoso, em Porto Seguro.

A festa ocorria em um imóvel de luxo, cuja proprietária é a cantora Elba Ramalho. Os policiais chegaram ao local após uma denúncia anônima. Organizadores do evento serão convocados a depor na Delegacia Territorial (DT) de Arraial D'Ajuda, que investigará o caso, informou a Secretaria de Segurança Pública (SSP).

"A Polícia Civil vai ouvir também os militares que encerraram o evento e apurar como ocorreram a divulgação e a venda de ingressos", declarou o delegado Moisés Damasceno, titular da 23ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Eunápolis).

No Instagram, a cantora afirmou que a casa está alugada e negou saber da realização da festa. "Minha casa está alugada desde o dia 25 de dezembro até o dia 4 de janeiro, isso é uma coisa de praxe, todos os anos a gente aluga. E eu não sabia que na casa estava tendo uma festa nessa proporção", disse.

À Folha de S. Paulo, ela relatou que está hospedada no Club Med de Trancoso e acrescentou que processará os responsáveis pela festa. "Vou processar por danos morais, porque estou sendo, vamos dizer assim, entrei no olho do furacão por conta deles. Estive na casa dois dias, fui levar máscara pros funcionários, cheguei a falar com um deles: 'por favor, vocês não podem fazer eventos'", afirmou a artista. ​

Interior

No último sábado, 26, outra aglomeração foi finalizada, também em uma casa de alto padrão, na mesma localidade. Neste caso, um card postado em uma rede social auxiliou o 8° Batalhão da Polícia Militar (BPM/Porto Seguro) a tomar conhecimento da festa, denominada "Sarará", na qual havia cerca de 200 pessoas. De acordo com a SSP, o responsável pelo evento conseguiu fugir, mas já foi identificado.

O comandante da PM disse que a corporação tem realizado também um trabalho para conscientizar as pessoas. "Estamos fazendo um alerta para a comunidade. Temos uma viatura em todo município da Bahia com o alto-falante ligado, informando a população sobre os riscos destes eventos de final de ano. E na parte litorânea estamos com um efetivo mais forte para poder trabalhar para evitar, e até mesmo promover a coerção destes eventos", declarou.

Na madrugada do último domingo (27), uma festa paredão com cerca de 50 pessoas foi encerrada por equipes da 91ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) no município de Capim Grosso.

No mesmo dia, outro evento do mesmo tipo foi finalizado em Xique-Xique. Na ocasião, foram apreendidos diversos equipamentos, entre os quais oito alto-falantes, quatro módulos de potência, e uma mesa de som. “No momento da abordagem, o proprietário do som acabou resistindo, alegando ser advogado. Constatamos que ele é estudante de Direito e efetuamos a condução para a delegacia”, disse o comandante em exercício da Cipe Semiárido, capitão Fabrício Souza Gomes.

Já no município de Conceição do Almeida, dois veículos com som paredão foram apreendidos na última sexta-feira (25), feriado do Natal.

Em Feira de Santana, a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) estará atenta às denúncias de festas em áreas públicas ou privadas que provoquem aglomerações na virada do ano. As denúncias podem ser feitas pelo telefone 156, informou o coordenador do órgão, Cleudson Almeida.

Também está proibida a vendas de bebidas alcoólicas em estabelecimentos localizados em praças públicas da cidade.

Participam desta fiscalização, além de servidores da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semmam), a Guarda Municipal, as polícias Civil e Militar e integrantes da Superintendência Municipal de Trânsito (SMT), entre outros órgãos.

Capital

O prefeito ACM Neto voltou a afirmar na quarta-feira, 30, que a fiscalização para coibir aglomerações durante as comemorações do Réveillon será "severa". De acordo com o gestor, equipes da prefeitura atuarão em toda cidade e a interdição dos pontos anteriormente definidos - como a orla da Barra - será posta em prática para garantir o isolamento nas áreas.

"Os protocolos estão aí e são claros. As regras já são bem conhecidas por parte dos estabelecimentos e aqueles que não cumprirem os decretos estarão sujeitos ao fechamento e suspensão do alvará de funcionamento. Na região da Barra, nós vamos fazer a interdição a partir das 17h, com o fechamento de todos os bares e restaurantes no perímetro diretamente ligado à interdição da Orla", disse.

O prefeito fez ainda um apelo para que a população evite as aglomerações e confraternize com seus familiares em ambientes controlados. "A pessoa não precisa passar a virada de ano sozinha, na frente da televisão. Se não tiver aglomeração, se tiver o cuidado, não tem problema de estar com os amigos, com a família, com pessoas de sua relação próxima, do seu convívio. O que não pode é estar fazendo festa na rua, aglomerando na rua. O que também não pode é juntar milhares de pessoas na praia. É ter o bom senso", afirmou.

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