Frete marítimo Brasil-China quadriplica e inviabiliza negócios
O frete de contêineres no trecho Brasil-China, que girava em torno de US$ 2.500 (R$ 12,9 mil) antes da pandemia, quadruplicou e superou US$ 10 mil (R$ 51,9 mil) em
dezembro no Norte do país, segundo dados da empresa de transporte ES Logistics. No porto de Santos (SP), o valor gira em torno de US$ 7.300 (R$ 37,8 mil), com perspectiva de ultrapassar cinco dígitos em janeiro. A viagem encarecida já afeta exportação e importação e inviabiliza negócios no Brasil.“Tem exportador de ar-condicionado em Manaus (AM) que suspendeu todos os pedidos de janeiro. No Sul, importadores de cobertor pagam pelo produto importado US$ 19 mil. Não faz sentido gastar metade do preço desse bem em frete. Também suspenderam”, diz Fabiano Ardigó, diretor da ES Logistics.
Charles Tang, presidente da Câmara de Comércio Brasil-China, afirma que o cenário é reflexo do retorno do comércio exterior do país asiático. “Os mercados voltaram a comprar e vender para a China, mas agora faltam contêineres. É recente, mas já há quem não consiga exportar, e isso pesa no bolso.”
O presidente da Abidip (associação dos importadores de pneus), Ricardo da Costa, diz que as importadoras transferem o preço para as montadoras. “O jogo de pneus de um carro popular, que custava R$ 1.000, subiu 30%. Em janeiro, vai a R$ 2.000”, afirma.
Painel SA/Folha de S.Paulo
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