CRUZ DAS ALMAS: 64 vítimas de queimaduras dão entrada na UPA

 

Nos dias 23 e 24 de junho, 64 pessoas com queimaduras causadas por fogos deram entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA24h) de Cruz das Almas, no Recôncavo baiano. A cidade é famosa pela guerra de espadas que acontece no São João. Segundo a enfermeira Kaliane Ferreira, o dia 24 foi o mais intenso na unidade, com 47 dos registros de feridos. Neste sábado (25), não houve registro de queimados.
Espadas perdem força, mas não acabam
 


Apesar de proibida, a tradicional guerra de espadas, que virou atração turística nesta época do ano, continua acontecendo na cidade de Cruz das Almas. Imagens circuladas em redes sociais na tarde deste domingo, 24, mostram a prática ocorrendo em plena luz do dia. O fato foi registrado na rua Dr. Edmundo Leite, onde um grupo de pessoas realizava a guerra de espadas sem se preocupar com os veículos que trafegavam pela via nem com os que estavam estacionados. Além de correrem o risco de queimaduras, os participantes também podem provocar danos aos moradores das localidades em que a guerra de espadas é realizada.

"Colocamos tela para (as espadas) não entrarem em casa. Elas sobem a uma altura e caem no telhado. Ninguém controla, tem de todos os tamanhos e o povo compra as dúzias", disse um morador, que não quis se identificar. A guerra de espadas foi proibida no município em 2011, quando a juíza Luciana Amorim Hora, da Vara Criminal de Cruz das Almas acatou a ação pública ajuizada pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Apesar disto, os praticantes mantêm a tradição, que todos os anos deixa vítimas de queimaduras. Com a proibição, as polícias Militar e Civil foram autorizadas a apreender a espada e prender em flagrante quem fizer o uso dela, conforme determina o artigo 16 da Lei 10826/03, do Estatuto do Desarmamento. A pena é de 3 a 6 anos de reclusão.

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