Mulher que fingia ser homem para extorquir vítimas tem perfil psicopata, afirma psiquiatra



Mulher que fingia ser homem para extorquir vítimas tem perfil psicopata, afirma psiquiatra
Foto: Bocão News
Uma trama da vida real que mais parece ficção, assim podem ser definidos os crimes cometidos por Andreza Souza Dias Souza, de 22 anos, presa na
quinta-feira (8), no Recôncavo Baiano, durante Operação Perfil Falso do Ministério Público da Bahia. Mas, para a psiquiatra forense Denise Stefan, o perfil da suspeita é típico de uma psicopata. "Esse tipo de situação é muito mais comum acontecer com homem, é muito raro uma mulher fazer uma coisa dessas. A situação em si faz pensar em psicopatia, que é um quadro muito mais comum em homens, mas pode acontecer com mulheres", explicou Denise. Segundo o Ministério Público da Bahia, Andreza, que era servidora da Secretaria de Educação de Nazaré das Farinhas e estudante de Direito, usava os aplicativos de mensagens ou sites de encontros amorosos, se passando por uma pessoa de sexo masculino, para abordar as vítimas. Com fotos de homens encontrados na internet e nomes fictícios, a mulher começava um relacionamento com as vítimas. Ela criava grupo no WhatsApp com a mulher com que mantinha uma relação e adicionava pessoas que diziam ser seus parentes para dar credibilidade ao "romance". Mas todos os personagens eram interpretados pela própria suspeita.Andreza sempre arrumava uma desculpa para não encontrar pessoalmente com as mulheres. Dizia ser médico ou agente da Polícia Federal para explicar que estava muito ocupado. Para dar mais credibilidade, afirmava que mandaria uma sobrinha no seu lugar e a própria Andreza se apresentava como parente do “namorado”. Ele pedia transferências em dinheiro ou que a vítima comprasse algum bem para ela, sempre com alguma desculpa convincente. Segundo o MP, a suspeita, se passando pelos homens, dizia para as vítimas que a sobrinha conseguia canalizar o "namorado" e a vítima mantinha relações sexuais acreditando que se tratava do personagem masculino. A psiquiatra afirmou que as pessoas que têm essa personalidade têm como características, justamente, a capacidade de sedução, de enganar no outro, "uma capacidade de persuasão imensa". 
“Pode ter sido por aí que essas mulheres caíram (no golpe), se sentindo carentes, fragilizadas, viram a fonte de atenção. Ela possivelmente deve ter uma capacidade de sedução muito grande, de envolver o outro. Ela deve ter um poder de persuasão imensa, possivelmente essas mulheres nunca teriam se relacionado com mulheres antes”, contou a psiquiatra. Segundo Denise, o psicopata tem total consciência de seus atos, mas não as impede de cometer os crimes, e a psicopatia não é uma doença mental. No caso de Andreza, ela ainda não passou por uma avaliação psicológica, de acordo com o Ministério Público, mas a promotora Ana Emanuela Meire contou que a jovem tem total consciência dos crimes que cometeu. "Na classificação internacional das doenças, da Organização Mundial de Saúde, não consta a psicopatia, não consta como doença mental, a imensa maioria dos estudos considera que a pessoa deve responder perante a lei com total responsabilidade", afirmou a psiquiatra. Denise lembrou também que existe um estudo sobre "Montagem Perversa", que é quando uma pessoa que tem essa característica da psicopatia consegue envolver outras, que não têm essa característica em uma montagem, como se fosse uma “armadilha e captura”. Ela afirmou que essas pessoas possuem habilidades para captar o que o outro necessita e quer ouvir. (Informações e Foto; Bocão News)

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