Sistema ferry-boat se diz ‘apto’ a receber passageiros de Mar Grande

             
As lanchas que realizam a travessia Mar Grande-Salvador voltaram a operar nesta terça-feira (29/8), um dia após a previsão inicial.  Durante o trajeto de pouco mais de 12 quilômetros, feito pela Baía de Todos-os-Santos , o silêncio imperava entre os passageiros. Um misto de luto e apreensão. E não era pra menos. Afinal, há exatos cinco dias, 19 pessoas morriam ao fazer aquele mesmo percurso. A primeira lancha – da empresa Vera Cruz – saiu do terminal por volta de 6h com cerca de 30 passageiros e chegou a Salvador pouco antes das 7h.

Como numa espécie de filme de terror, as cenas da tragédia ainda ‘pairam’ nas lembranças do taxista Erivaldo Oliveira. Morador da Ilha de Itaparica, ele foi um dos pouco mais de 100 sobreviventes. “Primeira vez em 60 anos que acontece um acidente como este. O clima aqui ainda é de muito temor, medo… muita gente abalada, sentida por aqui”.

Ainda sob efeito de medicação (para dormir), ele confessa que “apesar de tudo, voltaria a pegar a lancha”. “Foi uma fatalidade”, avalia. O discurso, no entanto, vai de encontro ao de sua própria namorada, a estudante Crislana Carvalho. Diariamente, ela utilizava o sistema de lanchas para vir à capital baiana. Depois da tragédia, porém, assim como centenas de pessoas, ela optou pelo sistema ferry-boat. “Estou sem coragem de voltar a utilizar as lanchas, agora só uso o ferry”, garantiu.

Em meio a esse novo cenário, surge um questionamento: o sistema ferry-boat está preparado para suportar um possível aumento de demanda?

A administração da Internacional Travessias garante que sim. “A programação do ferry não sofreu alteração nos últimos dias, seja com o reforço de mais embarcações, seja com incremento de horas extras. Embora a empresa tenha percebido movimento decorrente de usuários das lanchinhas no último fim de semana, no conjunto, o fluxo ainda está abaixo da capacidade da frota“, disse, em nota, encaminhada ao Aratu Online.

Dois inquéritos apuram as causas da tragédia em Mar Grande. Um está sendo elaborado pela Polícia Civil, que investiga se houve algum crime, e  o outro pela Marinha, responsável por apurar o acidente no âmbito administrativo. Em ambos,  o uso e a presença de coletes salva-vidas na embarcação será investigada. A Internacional Travessias garante, por sua vez, que no sistema ferry segurança não é problema.

“Existem coletes suficientes. Trata-se de um item obrigatório exigido pelas autoridades reguladoras do serviço. Todas as embarcações da frota encontram-se regulares, com as documentações válidas junto aos órgãos fiscalizadores, inclusive a Marinha do Brasil, representada pela Capitania dos Portos da Bahia. Todas as exigências de segurança das embarcações são criteriosamente cumpridas”, reforça a nota. Leia mais AQUI.

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