Padres são investigados por pedirem votos a candidato católico


Padres são investigados por pedirem votos a candidato católico

O cantor católico Tiago Silva será investigado após denúncia do Ministério Público Eleitoral que afirma que ele, como candidato a vereador em São Paulo, teria recebido apoio da Igreja Católica.
A denúncia de abuso de poder religioso afirma que os atos acontecem desde 2012. O MPE diz que o cantor fez propaganda eleitoral em ao menos 12 showmícios e que padres teriam
apoiado sua candidatura.
A Promotoria diz que Tiago Silva, filiado ao PRB, teria realizado os shows ao lado do cantor católico Tony Allysson que tem carreira nacional.
A denúncia também cita sete padres que estariam realizando atos eleitorais dentro de suas paróquias para eleger o cantor.
Pela lei eleitoral templos e igrejas são proibidos de serem usados para a realização de propaganda religiosa.
“O que apuramos é a igreja fazendo campanha”, disse o promotor José Carlos Bonilha ao jornal Folha de São Paulo. Além dele, a promotora Vera Lúcia Taberti e a analista de promotoria Camila Penteado também assinaram a denúncia.
Vídeos que comprovariam esse abuso de poder religioso foram anexados ao processo e entregues à Justiça Eleitoral.
Em alguns deles os padres aparecem falando com o candidato no altar durante a pregação. Uma dessas missas foi transmitida ao vivo pelo Facebook e depois o padre cortou os trechos onde pede votos para o candidato.
Tiago recebeu pouco mais de 14 mil votos e não se elegeu, porém está como segunda suplência pela coligação PRB-PSC.
O partido, ligado à Igreja Universal, informou que todos os seus candidatos foram informados sobre a ilegalidade de campanha em ambientes religiosos.
Ao ser questionado, porém, Tiago Silva disse que jamais pediu voto dentro das igrejas, mas afirma não ser responsável pelas pessoas que “extrapolam”.
“Não tenho culpa. Não posso tomar o microfone de quem quer que seja para falar ‘não’, né?”, questiona.
Alguns padres envolvidos também negaram que houve pedido de voto, outros não foram encontrados pela Folha para comentar o caso.

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