Discriminação contra mulheres A exclusão de mulheres e negros em segmentos da sociedade organizada é manifesta ofensa à inteligência das cidadãs e cidadãos - Por Pedro Borges dos Anjos
Por Pedro
Borges dos Anjos
Professor e
Jornalista
Foto: Juraci Rebouças
No Brasil, como em países
refratários ao reconhecimento aos direitos humanos, a cultura da exclusão da
mulher prossegue poderosamente forte nas Instituições. Na Maçonaria, por
exemplo, para fazer parte de uma loja considerada reconhecida e regular, “todo
candidato deve ser do sexo masculino, não mutilado, livre de nascimento e de
idade madura”, conforme define o Código da referida Instituição, no ítem No. 18
dos Landmarks Maçônicos. Entenda: 1. Ser
do sexo masculino; 2. Não ser mutilado = não ser portador de defeito físico, não
ser efeminado, não ser homossexual; 3. Não
ser livre de nascimento = não ser preto, não ser ex-escravo nem da linhagem da
referida ancestralidade. 4. No item No. 25, o último dos Landmarks maçônicos, a
exigência sustenta serem determinações inalteráveis. Tais como as receberam,
assim devem transmiti-las à posteridade.
A manutenção das
determinações supramencionadas é manifesta ofensa a Carta Magna das nações democráticas, qual é
o caso do Brasil.
Com exceções, é claro,
cobra-se por cada iniciação na Maçonaria Tradicional em torno de R$2.500,00.
Pode ser mais ou um pouco menos. Os
compromissos pecuniários mensais, obrigatórios e jurados no alterado ritual de
iniciação, estão entre R$250,00 a R$300,00, cujo montante difere de loja para
loja, para mais ou para menos. Razão por que alguns homens de cor negra, de renda
e patrimônio estáveis, raros portadores de algum defeito físico, homossexuais,
reconhecidos uranistas, são aprovados para receber a iniciação e passarem a
integrar o quadro de membros de Lojas Maçônicas reconhecidas como regulares
pelas Potências Maçônicas dominantes, entretanto, resistem aprovar ou a
reconhecer a iniciação das senhoras. Chamam de espúrias as organizações
maçônicas emergentes, femininas e mistas, com que ofendem e humilham
integrantes de seus quadros, transgredindo
cláusulas pétreas da Carta Magna da Nação, cujos termos igualam homens e
mulheres com os mesmo direitos.
Recentemente, o presidente
do Rotary Internacional, o indiano K.R. Ravidran, em sua mensagem publicada na
Revista Rotary Brasil, edição de maio de 2016, dirigida aos rotarianos de todos
os países do planeta, assim se pronunciou: “As normas do Rotary sobre igualdade
de gênero são absolutamente claras. Mesmo assim, 20% dos nossos clubes ainda se
recusam a admitir mulheres, freqüentemente alegando que é difícil encontrar
candidatas qualificadas. Para mim, um rotariano que usa esse argumento não
possui as duas qualificações mais importantes de um associado do Rotary:
honestidade e bom senso. Um clube que se recusa a
admitir mulheres conta apenas com metade do talento, habilidades e conexões que
poderia ter. Ele não tem acesso a perspectivas essenciais que podem aumentar
ainda mais a eficácia dos seus serviços. Além de prejudicar a si mesmo, o clube
prejudica o Rotary como um todo quando confirma este estereótipo limitador.
Como resultado, enfraquecemos nossa imagem pública e deixamos de atrair
associados em potencial, especialmente jovens, que são cruciais para nosso futuro. Tolerar
a discriminação contra as mulheres é condenar a nossa organização à
irrelevância. Não podemos continuar fazendo de conta que vivemos no tempo de Paul Harris (fundador do Rotary Internacional), pois nem mesmo ele concordaria com isso. Em suas palavras, “A
história do Rotary terá que ser reescrita muitas e muitas vezes.” Cabe a nós
garantir que a história que escrevermos sobre do Rotary seja motivo de orgulho
para nosso fundador.”
COLUNISTA
Por Pedro Borges dos Anjos
Professor e Jornalista
www.juracireboucas.com
Ao ilustre professor Pedro Borges os meus mais sinceros parabéns pela riqueza de sua matéria publicada no blog de Juraci Rebouças.
ResponderExcluirDesejo aprender muito com o nobre professor parabéns.
Aldo Sampaio
Obrigado, estimado Aldo Sampio, pela sua manifestação, pelo seu apreço.
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