Dias antes de ser morta, juíza do Rio escapou de dois planos para executá-la - revela PM

Em depoimento na 3ª Vara Criminal de Niterói, um cabo PM que não teve a identidade divulgada afirmou que policiais militares tentaram matar a juíza Patrícia Acioli duas vezes antes de conseguirem executá-la no dia 11 de agosto. O cabo PM revelou também como funcionava o esquema de corrupção montado por outros sete PMs, sendo um oficial, presos pela morte da juíza. Segundo o policial, o grupo transformou o quartel num “mar de lama” com práticas de homicídios e extorsões. O cabo revelou que os PMs tentaram matar Patrícia duas vezes antes do crime. A primeira, dias antes de a juíza ser morta. Mas o PM escalado para vigiar a saída de Patrícia do Fórum de São Gonçalo não a viu deixar o local. Outra tentativa, na véspera da execução, foi frustrada porque haveria reconstituição de crime, o que levaria muita gente à região. Para matar Patrícia Acioli, o cabo afirmou que foram usadas armas apreendidas, mas que não foram apresentadas na delegacia. O cabo revelou a atuação do grupo após delação premiada, benefício que permite a redução da pena. Ontem, o tenente-coronel Cláudio, exonerado do 22º BPM da Maré, antigo membro do Bope, se apresentou no Batalhão de Choque. Ele é acusado de ser o mentor intelectual da execução da juíza. Segundo a Polícia Civil, a juíza investigava o envolvimento do tenente com execuções e extorsões. Por ordem do judiciário, nove policiais do 7º Batalhão da PM estão presos por envolvimento na morte da juíza. A polícia apura a participação de mais um PM.

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