MARAGOJIPE (BA): AFINAL, QUEM ESTÁ COM A RAZÃO?

     "Em 29 de junho de 1822 a Câmara da Vila de Maragojipe atendeu um apelo da Câmarra de Cachoeira e aclamou o Príncipe Regente, Dom Pedro de Alcântara, defensor perpétuo do Brasil. Era a  adesão da Vila à causa da Independência do Brasil. Quatro dias antes, em 25 de junho, Cachoeira havia feito a aclamação e no mesmo dia foi bombardeada por uma embarcação canhoneira portuguesa, ancorada no Rio Paraguaçu.     
     Os cachoeiranos reagiram, tomaram a barca de assalto e prenderam toda a tripulação, que fora enviada pelo General Madeira de Melo, comandante militar da Bahia, justamente para reprimir qualquer tentativa de proclamar o Príncipe Regente. Foi o início da luta armada pela Independência do Brasil, criando-se na Vila uma junta provisória que enviou correspondência às demais Vilas da provincia  para que também aclamassse o Príncipe Regente.
     As Câmaras das Vilas Coloniais tiveram papel relevante e decisivo no processo da Independência do Brasil. Através delas foi manifestada a vontade do povo, do clero, dos senhores de engenho, comerciantes, militares e sobretudo das lideranças políticas das respectivas províncias.
     Na Bahia, o passo inicial foi dado na Vila de Santo Amaro da Purificação, em 14 de junho de 1822, quando a Câmara local se reuniu em sessão extraordinária para responder a uma carta consulta enviada pelos deputados baianos nas cortes de Lisboa. Os constituintes baianos indagavam as Câmaras das Vilas Baianas que forma de Governo  deveria ser determinada para o Brasil e Santo Amaro aprovou a proposta de um centro de poder político sediado no Rio de Janeiro.

     A aclamação pela Vila de São Bartolomeu de Maragojipe foi uma das principais consequências da atitude dos Cachoeiranos e significou também o rompimento com Portugal. Eis a ata histórica, publicada na Gazeta do Rio de Janeiro, em 10 de setembro de 1822, exatamente três dias depois da Proclamação da Independência, feita por Dom Pedro em São Paulo. Na Bahia, os portugueses reagiram a Independência, que foi consolidada em 2 de junho de 1823, após um ano de batalhas em terra e mar"

     Vai a seguir o princípio  de uma das duas atas lavradas no dia 29 de junho, na Câmara de Maragojipana, no ano de 1822.

     "Acta da Câmara da Villa de Maragojipe em vereação extraordinária de 29 de junho passado, aos vinte e nove dias do mês de junho de mil oitocentos e vinte dois, nessa Villa de São Batolomeu de Maragojipe, e casas de Câmara aonde vierão, o Vereador mais velho Juiz pela ordenação o Capitão João Caetano Borges..."

Pesquisa: Augusto Lopes / Juraci Rebouças

Fonte: Blog Vapor de Cachoeira - 15/01/2011
Jornalista: Jorginho Ramos
Título: Maragojipe atende a pedido de Cachoeira e também aclama Dom Pedro, deffensor perpétuo do Brasil.

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