Salvador atinge 60% de ocupação de leitos UTI Covid

 

Foto: Romildo de Jesus / Tribuna da Bahia

Por Lily Menezes

O ‘bom momento’ vivenciado por Salvador em relação aos índices da pandemia da Covid foi interrompido. Neste domingo (03), a cidade voltou a registrar 60% de ocupação nos leitos de UTI adulto, nível que

não era alcançado desde 15 de fevereiro. São 51 pacientes lutando contra um quadro grave da doença. Já na ala infantil, das dez camas exclusivas para tratar a Covid, quatro estão ocupadas. Esse aumento expressivo nas internações faz acender a luz amarela das secretarias de saúde municipal e estadual, principalmente em comparação com o mesmo período de junho. No dia 02/06, a cidade tinha apenas 20% de ocupação. Ou seja: em quatro semanas, o número de internados triplicou. Neste momento, Salvador dispõe de três unidades de referência para cuidar dos infectados pela Covid: o Hospital Espanhol, a Maternidade José Maria de Magalhães Neto e o Instituto Couto Maia.

Na Bahia, as taxas para os leitos de UTI estão em 45% na ala adulta, com 86 das 190 vagas ocupadas, e 17% na pediátrica, tendo apenas Salvador com as quatro crianças internadas. O Estado começou a semana com 869 novos casos e 63,32% de confirmação entre os casos investigados pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab). Desde a terça-feira passada (28), essas confirmações estão com taxas acima dos 60%.A chegada dos festejos juninos, onde muita gente estava agoniada para comemorar depois de dois anos de restrições, já era avaliada com preocupação entre as autoridades de saúde justamente pelo risco de aumento nos indicadores da pandemia. Embora ainda não seja possível ligar esse aumento com o São João, já que o período de incubação do vírus é de até duas semanas, a infectologista Melissa Falcão acredita que a quarta onda da Covid já é uma realidade.

“Já vemos essa tendência desde a primeira semana de junho, com o aumento dos casos positivos e vai ser intensificado com essas festas juninas, muita gente junta, aglomerada, pessoas gripadas, a falta de cuidado das pessoas em relação a testagens, isolamento quando tem sintomas”, disse a especialista ao Acorda Cidade. Como se trata de uma estação mais fria, muita gente acaba creditando uma crise de espirros ou coriza à sinusite ou rinite ‘atacadas’. O problema, de acordo com Melissa, é que um caso de Covid pode passar despercebido, já que os sintomas acabam se ‘suavizando’ entre os vacinados, fato já confirmado em estudos realizados pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz). “Não deve se pensar que é uma rinite sem fazer um teste de Covid, eu posso ter um Covid leve e passar despercebido, acabar transmitindo para minha avó que está em casa, aquelas pessoas idosas”, argumentou a infectologista.

Até ontem, eram 13.220 casos ativos na Bahia, número que não era registrado desde o último trimestre do ano passado. Sem a testagem, esse número pode ser ainda maior, graças à subnotificação.

Porém, embora o crescimento nos novos casos e internações tenha sido confirmado pela Sesab, o número de leitos para atendimento foi reduzido gradualmente ao passar dos meses, por conta da reordenação para outras enfermidades. Vale lembrar que a Bahia já teve mais de 2 mil leitos só de UTI nas duas grandes ondas da pandemia. Assim, o sistema de saúde ainda não está pressionado no Estado, sem a necessidade de mobilização de novos leitos. Contudo, a pastasegue nomonitoramento da situação da Covid na Bahia e não descarta a reabertura de vagas, caso os indicadores cheguem novamente num nível crítico. A recomendação da Sesab é de que os cidadãos procurem o quanto antes suas doses de reforço, se estiverem elegíveis, para evitar agravamento nos casos e óbitos.

Fonte; Tribuna da Bahia

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