Estradas que passam por Feira de Santana têm cerca de quatro assaltos a ônibus por mês; motorista relata medo


Quatro assaltos a ônibus por mês são registrados, em média, nas estradas que passam pela região de feira de Santana, a 100 quilômetros de Salvador. Além de passageiros com medo, esses assaltos deixam traumas em muitos motoristas, que às
vezes precisam passar por tratamento psicológico.
Fransciso Gonzaga trabalha como motorista de ônibus há mais de 40 anos. Neste período, ele já foi assaltado quatro vezes. Os dois últimos aconteceram no mesmo mês, no percurso entre Feira de Santana e Salvador.
“Um fica no comando ali, passando as coordenadas, e mandando que a gente não dê sinal, fique atento, que qualquer coisa que der errado que eu vou pagar com a vida. É uma coisa terrível”, relata o motorista. Por causa dos assaltos, Franscisco ficou traumatizado e teve que fazer um tratamento psicológico.
“A empresa me deu férias e eu fiz um acompanhamento com psicólogo para poder retornar ao trabalho mais ou menos em condição. Daí em diante, nunca mais será o mesmo uma pessoa que passa por essa experiência”, completa.
Cerca de quatro assaltos a ônibus são registrados por mês nas estradas que passam por Feira de Santana (Foto: Reprodução/TV Subaé)
Cerca de quatro assaltos a ônibus são registrados por mês nas estradas que passam por Feira de Santana (Foto: Reprodução/TV Subaé)
De acordo com dados da Associação das Empresas de Transporte Coletivo Rodoviário da Bahia, no primeiro semestre do ano passado, 41 ônibus foram assaltados nas estradas que cortam o estado. Já no mesmo período deste ano foram 25. Apesar da diminuição, são cerca de quatro assaltos em um mês.
Desses 25 casos, a maioria aconteceu na BR-324, nos dias de sábado, e entre às 18h e 0h. A vendedora Elizane do Vale mora no município de Juazeiro e, a cada dois meses, vai de ônibus para Feira de Santana por motivo de trabalho. Para evitar ser vítima de assaltos, ela só viaja durante o dia.
“Eu estou evitando viajar à noite que é pior ainda. Eu estou correndo para ir de dia para não correr mais esse risco”, relata. Pelo menos uma vez por mês, Elias Mascarenhas pega um ônibus em Juazeiro, onde mora, e vai visitar a família em Cruz das Almas. Ele confessa que fica com medo de ser assaltado, por isso, tenta se virar como pode.
“Tenho visto muita gente sendo assaltada e a gente fica com esse receio também. E, como eu venho de um entrocamento de Cruz das Almas, que já teve muitos assaltos, então a gente fica com receio. A gente sempre tenta colocar o dinheiro em vários lugares diferentes para poder, se for assaltado, ter algum lugar que pelo menos tenha um dinheiro para voltar para casa e fazer alguma coisa”, conta.
*G1

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